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jovens infratores
Cresce o número de roubos, assaltos, tentativas de
arrombamentos ou mesmo de vítimas provocadas pelo aumento da violência e da
criminalidade. Afinal, porque houve nos últimos anos uma disparidade enorme
dessas ocorrências? Presenciamos nos noticiários sucessivos caos, envolvendo
vítimas e inocentes. Diante deste quadro assombroso, ecoa entre a sociedade um
apelo á SEGURANÇA, onde, no caso especifico Itapajé, clamamos por um aumento do
policiamento nas ruas. Entretanto, deve-se policiar quem? Contra o quê? Pra
quê? Sigamos refletindo nessas indagações. Porque será que há muitos caos de
jovens infratores, como agressores ou vítimas nos fatos que presenciamos? De
onde vêm a criminalidade? As drogas? As armas? Pra onde vão os autores
provocadores desse ciclo viciosos que é a violência? O que esperar de um jovem
que mata, rouba e sequestra vidas? Muitas vezes, pais de famílias? Deve-se
Punir e Vigiar, como já alertava Bourdieu, pra ‘normalizar’ a organização em
sociedade.
As observações confrontam-se com a realidade: porque um
jovem furta? Porque um jovem mata alguém? Será por simples diversão ou está
“cansado” de ser massacrado? Quando digo “cansado”, refiro-me, principalmente,
para jovens pobres, provenientes de localidade aonde não chega às políticas
publicas, com famílias geralmente desestruturadas, sem nenhum acesso ao lazer,
á pratica esportiva, com escassas oportunidades de sucesso, de emprego, de
educação. Em ensino pautado na realidade que lhe consome dia-a-dia. Onde
descobre um mundo, que é injusto, desigual, cruel e pra poucas pessoas.
Tento apenas imaginar a rotina diária, vivida por muito
jovens itapajeense que não tem/teve a mesma oportunidade que tive/tendo. Sou privilegiado
por morar num Bairro tranquilo, com moradores humildes e trabalhadores, com
espaço visível e acessível para o entorno que possibilita descontrair-se com
amigos e familiares, um bairro onde existem políticas publicas, nas quais meus
pais trabalham diariamente pra investir nos meus estudos e apostar em meus
esforços. Emociono-me e, ao mesmo tempo, fico angustiado, ao notar que nem
todos possuem acesso aos bens culturais que tenho(apesar de ser pouco), (in)felizmente
faço parte de um grupos de jovens que tem a oportunidade e os meios para
atingir seus projetos de vida,mas, e os outros? Pra onde vai aquele
garoto/pobre sem nenhuma oportunidade de escolha? Como escolher viver uma vida
honesta, onde a mesma lhe encara com as “mascaras” de preconceitos, significações
que a sociedade lhe impõe? É aqui que o MÉRITO entra? Mas pra quem?
Algumas reflexões e mais indagações...
Quando deslocamos nosso olhar sobre os atos praticados por
jovens infratores e as consequências desses atos para atentarmos
especificamente á realidade do menino/pobre/infrator, concebemos que, são
provenientes de bairros pobres, onde as relações dessa localidade para com as
autoridades governamentais é quase nula(exceto em época eleitoral), ruas
carentes de bens públicos e de capital social/cultural. E mesmo assim
insistimos, VAMOS REDUZIER A MAIORIDADE PENAL! VAMOS AUMENTAR O POLICIAMENTO!
VAMOS FAZER UM PACTO PELA PAZ. Vamos também, aproveitar o “embalo” dessa
carruagem e gritar nas ruas: QUEREMOS QUE SEJA EFETIVADO OS DIREITOS PREVISTOS
NO ECA (são mais de 21 anos, e não é levado á serio pelos governantes) QUEREMOS POLITICAS PUBLICAS PARA JUVENTUDE
(Assunto que me merece ser discutido desde “ontem”) QUEREMOS CONSTRUIR ITAPAJÉ.
Vamos enfim, discutir SEGURANÇA na cidade, sem entretanto,
consolidar um programa de salvação municipal da juventude vulnerável.
Obs: existe algo de errado quando um jovem furta ou mata
alguém,mais do que julgar e apontar culpados, deve-se compreender.
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