Jovens infratores - porque condenar não basta!

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Postado por Unknown às 12:43


Cresce o número de roubos, assaltos, tentativas de arrombamentos ou mesmo de vítimas provocadas pelo aumento da violência e da criminalidade. Afinal, porque houve nos últimos anos uma disparidade enorme dessas ocorrências? Presenciamos nos noticiários sucessivos caos, envolvendo vítimas e inocentes. Diante deste quadro assombroso, ecoa entre a sociedade um apelo á SEGURANÇA, onde, no caso especifico Itapajé, clamamos por um aumento do policiamento nas ruas. Entretanto, deve-se policiar quem? Contra o quê? Pra quê? Sigamos refletindo nessas indagações. Porque será que há muitos caos de jovens infratores, como agressores ou vítimas nos fatos que presenciamos? De onde vêm a criminalidade? As drogas? As armas? Pra onde vão os autores provocadores desse ciclo viciosos que é a violência? O que esperar de um jovem que mata, rouba e sequestra vidas? Muitas vezes, pais de famílias? Deve-se Punir e Vigiar, como já alertava Bourdieu, pra ‘normalizar’ a organização em sociedade.
 
As observações confrontam-se com a realidade: porque um jovem furta? Porque um jovem mata alguém? Será por simples diversão ou está “cansado” de ser massacrado? Quando digo “cansado”, refiro-me, principalmente, para jovens pobres, provenientes de localidade aonde não chega às políticas publicas, com famílias geralmente desestruturadas, sem nenhum acesso ao lazer, á pratica esportiva, com escassas oportunidades de sucesso, de emprego, de educação. Em ensino pautado na realidade que lhe consome dia-a-dia. Onde descobre um mundo, que é injusto, desigual, cruel e pra poucas pessoas.
Tento apenas imaginar a rotina diária, vivida por muito jovens itapajeense que não tem/teve a mesma oportunidade que tive/tendo. Sou privilegiado por morar num Bairro tranquilo, com moradores humildes e trabalhadores, com espaço visível e acessível para o entorno que possibilita descontrair-se com amigos e familiares, um bairro onde existem políticas publicas, nas quais meus pais trabalham diariamente pra investir nos meus estudos e apostar em meus esforços. Emociono-me e, ao mesmo tempo, fico angustiado, ao notar que nem todos possuem acesso aos bens culturais que tenho(apesar de ser pouco), (in)felizmente faço parte de um grupos de jovens que tem a oportunidade e os meios para atingir seus projetos de vida,mas, e os outros? Pra onde vai aquele garoto/pobre sem nenhuma oportunidade de escolha? Como escolher viver uma vida honesta, onde a mesma lhe encara com as “mascaras” de preconceitos, significações que a sociedade lhe impõe? É aqui que o MÉRITO entra? Mas pra quem?
Algumas reflexões e mais indagações...
Quando deslocamos nosso olhar sobre os atos praticados por jovens infratores e as consequências desses atos para atentarmos especificamente á realidade do menino/pobre/infrator, concebemos que, são provenientes de bairros pobres, onde as relações dessa localidade para com as autoridades governamentais é quase nula(exceto em época eleitoral), ruas carentes de bens públicos e de capital social/cultural. E mesmo assim insistimos, VAMOS REDUZIER A MAIORIDADE PENAL! VAMOS AUMENTAR O POLICIAMENTO! VAMOS FAZER UM PACTO PELA PAZ. Vamos também, aproveitar o “embalo” dessa carruagem e gritar nas ruas: QUEREMOS QUE SEJA EFETIVADO OS DIREITOS PREVISTOS NO ECA (são mais de 21 anos, e não é levado á serio pelos governantes)  QUEREMOS POLITICAS PUBLICAS PARA JUVENTUDE (Assunto que me merece ser discutido desde “ontem”) QUEREMOS CONSTRUIR ITAPAJÉ.
Vamos enfim, discutir SEGURANÇA na cidade, sem entretanto, consolidar um programa de salvação municipal da juventude vulnerável.
Obs: existe algo de errado quando um jovem furta ou mata alguém,mais do que julgar e apontar culpados, deve-se compreender.

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